sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Banqueiros tentam fechar acordo para normalizar serviço

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários vão se reunir hoje cedo em São Paulo. A audiência de negociação realizada ontem foi interrompida por volta das 20 horas, para que ambas as partes consultem suas bases antes de prosseguir nas discussões. Banqueiros e bancários tentam construir uma solução para o reajuste salarial da categoria capaz de pôr fim à greve no setor, que completa hoje 19 dias. Ontem, o movimento cresceu com a paralisação de 9.254 bancos públicos e privados em todos os 26 Estados e no Distrito Federal, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o Comando Nacional dos Bancários.

O diálogo entre as duas partes havia chegado a um impasse depois que a assembleias de bancários realizadas no Brasil todo recusaram a proposta de reajuste salarial de 8% feita pela Fenaban, e deflagraram em greve no dia 27 do mês passado. A oferta dos bancos representa só 0,56% de aumento real dos salários, muito abaixo das pretensões da categoria.

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8%, o que corresponde a aumento real de 5% mais a inflação acumulada no período de 12 meses terminado em agosto. Os trabalhadores querem ainda valorização do piso salarial da categoria e maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos bancos, além de mais contratações e fim das metas abusivas, entre outras reivindicações.

Apesar do impasse nas negociações, desde o início da greve, tanto o Comando Nacional dos Bancários quanto a Fenaban diziam que estavam abertos ao diálogo, mas nenhuma das duas partes tomava a iniciativa de chamar para a mesa de negociação.

Na quarta-feira, no entanto, os negociadores da Fenaban decidiu marcar reunião com os negociadores dos bancários. Para a Contraf, foi a mobilização da categoria que fez os representantes dos bancos reabrirem as negociações.

A greve da categoria, juntamente com a dos carteiros, irritou a presidente Dilma Rousseff, que resolveu jogar duro contra os grevistas. Por ordem do Planalto, repassada ao Ministério da Fazenda, as direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal cortaram o ponto dos grevistas. A mesma providência já havia sido adotada em relação aos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), vinculada ao Ministério das Comunicações.

O fato levou a direção nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) a procurar os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, e Guido Mantega, da Fazenda, e também a chefia de gabinete da presidente Dilma, para cobrar que os bancos públicos adotassem postura diferente da dos demais bancos que têm assento na Fenaban.


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