sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mossoró cresce para baixo, mas é possível reverter este quadro


É inegável que Mossoró cresceu de forma assustadora nos últimos trinta anos, tanto horizontal como vertical, gerando cenário urbano agradável no Centro e desagradável nas periféricas. Na prática, Mossoró cresceu e os serviços públicos não o acompanharam.

E na ausência do Estado, quem toma posse é a bandidagem. Foi assim nos grandes centros das grandes metrópoles como Nova Iorque, Rio de Janeiro e São Paulo. Na terra do Tio Sam foi preciso um prefeito linha dura para mudar a realidade. Mudou.

No Brasil é uma mistura de irresponsabilidade e falta de compromisso político assumido nas sucessivas campanhas. De modo que as grandes cidades já nos ensinaram, a sua maneira, o caminho correto para crescer sem os efeitos colaterais tão devastadores.

Ao invés de tomar este exemplo para não errar, Mossoró caminha no sentido contrário. Parece que quer ser metrópole e enfrentar, sem precisar, o mesmo caos que enfrentou as cidades que um dia foram pequenas e quando cresceram se transformaram num caos.

Mossoró, por ser pólo, está entre três capitais, cresce e certamente vai continuar crescendo. É um caminho natural por está geograficamente no canto certo e com o potencial econômico fabuloso no sal, no calcário, na fruticultura, no petróleo...

O empresário Genivan Josué Batista, economista e ex-reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, não têm dúvidas de que a terra abençoada por Santa Luzia vai continuar crescendo pra cima e pra os lados. Muito provavelmente Será a metrópole no futuro como escreveu a Revista Veja e tanto propagou a Prefeitura Municipal de Mossoró.

É neste ponto que tenho medo. Se até hoje a cidade cresceu e o Estado não a acompanhou, deixando-o que o crime se instalasse de tal maneira que temos hoje uma média de 64 homicídios por universo de 100 mil habitantes/ano (faltam 2 meses e meio), quando a média nacional é 22,3 e em países como Líbia e Iraque a média é 2.

Mossoró tem hoje 260 mil habitantes e não temos um leito de UTI pediátrica. Nascem 600 bebês por mês, sendo que 30 são prematuros e destes pelo menos 60% precisam de leitos de UTI neonatal para viver e só temos 7 leitos, sendo que apenas 3 são credenciados ao SUS.

No setor de educação merece elogios o avanço espetacular da UFERSA e o magnífico IFRN, mas merece desprezo a estrutura de educação do ensino fundamental e médio em Mossoró. O nível do estudante quando chega à faculdade é baixíssimo, triste e vergonhoso.

O que fazer para crescer de forma sustentável? Não tenho dúvidas que a solução está nas nossas universidades públicas. É lá onde está o nível mais elevado de conhecimento. Então porque não acreditar e apoiar quem vem da universidade e está disposto a colaborar?

O município de São Carlos (SP) é um exemplo de gestão pública. Lá sempre foi administrada por ex-reitores, pessoas que tiveram sua capacidade testada e aprovada na academia e empresta este conhecimento ao setor público. Ganha a população, ganha todos. 

Mossoró pode e precisa fazer o mesmo. É possível.

Informações: Blog Retrado do Oeste


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