Após a decisão do governo do estado de pressionar os grevistas a retornarem ao trabalho cortando o ponto dos faltosos, parte dos servidores da Administração Indireta decidiram ontem retomar suas atividades. Funcionários do Idema e Idiarn (Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN) decidiram pela retomada das atividades. Por outro lado, outros continuam a paralisação - como é o caso do Detran, Emater, Emparn e Fundação José Augusto (FJA) - prejudicando o atendimento à população.
No Detran, o setor mais afetado ontem pela manhã era o de Registro de Veículos. Nas duas salas de atendimento - uma para dar entrada nos processos e outra da auditoria externa - apenas a metade dos funcionários trabalhava. Para piorar a situação, a única impressora do setor que emite os documentos estava quebrada e, por volta das 9h30, ainda não havia sido reposta. Proprietário de uma autoescola, Marco Antônio de Miranda, eraum dos prejudicados. Ele acompanhava a irmã para tentar retirar o veículo dela que havia sido apreendido. "Na autoescola, sou obrigado a ter duas impressoras, dois computadores, dois leitores biométricos para funcionar. Mas aqui só tem um equipamento e quando quebra não se sabe nem quando vai ter retorno".
O coordenador do setor de Registro de Veículos, Marcelo Galvão, explica que o problema da impressora é pontual e que seria resolvido ainda pela manhã. Porém, ele admitiu que a greve provocou uma lentidão no atendimento. Tanto que na auditoria - onde apenas dois servidores trabalhavam - o número de usuários estava sendo limitado a 80 atendimentos diários. "Geralmente, um processo é resolvido no mesmo dia. Hoje estamos demorando dois dias para encerrá-lo".
Livro de ponto
Na Fundação José Augusto (FJA), os grevistas resolveram continuar com o movimento por tempo indeterminado. Lá, um livro de ponto é colocado na recepção 15 minutos antes do horário de entrada e recolhido após as 8h; posteriormente, o mesmo procedimento é tomado para a saída das 13h. Também acontece o mesmo para os funcionários do turno vespertino que trabalham das 11h às 18h. Ontem, segundo a diretora administrativa da FJA, Ana Neuma Teixeira, 61 pessoas assinaram o ponto, incluindo cargos comissionados, mas ela nega que o livro seja uma forma de pressão. "Esse era um controle que já estava previsto anteriormente, mas coincidiu de ser implantado no período de greve". Do lado de fora, os servidores afirmavam que apenas os cargos comissionados estão trabalhando junto com os 30% de efetivo previstos pela Lei de Greve. Ao todo, a FJA possui 498 funcionários.
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