Acabou o respeito à instituição policial por parte da "bandidagem". Local que deveria ser um dos símbolos representativos da segurança, a delegacia, ao que parece, não cumpre mais sua função. Por volta das 5h da manhã de ontem, uma quantidade ainda não identificada de pessoas invadiu a Delegacia Especializada de Atendimento ao Adolescente Infrator (DEA), localizada na Cidade da Esperança, e fez um verdadeiro saque no local. Foram levados computador, monitor, pen drives e até o café e o açúcar que estava na copa, comprado com o dinheiro dos próprios agentes.
O prejuízo causado pelo furto é ainda maior do que se imagina. "Nestes pen drives estavam vários ofícios, memorandos e documentos de investigações feitas nos últimos anos na DEA", comentou a chefe de investigação da delegacia Jaqueline Morais. O computador levado era o que encontrava-se na recepção da delegacia e o monitor servia à chefia de investigação, que teve o armário e as gavetas arrombadas e vasculhadas. Com o furto, a delegacia passou parte da manhã sem realizar atendimentos.
Em pouco mais de um ano, este já é o segundo furto ocorrido na DEA. Da primeira vez, em meados de julho de 2010, foi levado apenas um capacete que encontrava-se na mesma sala que foi invadida ontem. Os bandidos, segundo Jaqueline, entraram pela abertura utilizada para colocação de um aparelho condicionador de ar. Desta vez, os saqueadores entraram pela janela da copa, o que revela a fragilidade do prédio.
Não há grades, trancas reforçadas ou algo parecido em nenhuma das janelas ou portas de toda delegacia. O único meio de segurança são os sensores de presença localizados nas salas e corredores, que acusaram a presença dos bandidos. Mas, quando da chegada dos policiais militares do 9 º Batalhão, não havia mais ninguém no local. A titular da DEA, delegada Adriana Shirley, esteve na Delegacia Geral de Polícia (Degepol) para registrar o caso.
A indignação entre os agentes da DEA era grande. Cada um que chegava para trabalhar na manhãde ontem trazia consigo, no mínimo, uma reclamação sobre a situação. "Faz um bom tempo que foram pedidas grades para colocar nas janelas. Ninguém fez nada, olha aí o resultado", comentou um agente. "No tempo de doutor Maurílio [Pinto, delegado recém-aposentado] não existia isso de bandido roubar delegacia", esbravejou outro agente.
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