No poder desde 1969, Muammar Khadafi assumiu o governo como líder revolucionário durante a crise do governo Idris I. Em sua gestão, Khadafi nacionalizou a indústria de petróleo e disse liderar o movimento batizado por ele de pan-islamismo - uma espécie de governo religioso sustentado nos diferentes segmentos do islamismo.
Leia a seguir os principais momentos da crise Líbia:
Fevereiro 2011 - estoura uma série de manifestações contra Khadafi na Líbia, registrando os principais pontos de confronto em Trípoli e Benghazi. Oposição consegue dominar Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, e instaurar o chamado Conselho Nacional de Transição - sob poder dos rebeldes.
Marco de 2011 - Khadafi ataca a principal cidade onde se produz petróleo, Brega, e estende o domínio a Zawiyah. Em discurso na emissora estatal de televisão, o líder responsabiliza a oposição pela intervenção estrangeira e ameaça caçar os manifestantes. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) impõe exclusão aérea e inicia bombardeios. O ministro dos Negócios Estrangeiros líbio Moussa Koussa foge para Londres.
Abril de 2011 - Em Brega, a Otan é acusada de bombardear um alvo civil e mata 13 pessoas. Khadafi demite um dos seus principais diplomatas Ali Triki. A Itália, a França e o Catar reconhecem o Conselho Nacional de Transição. A oposição anuncia que parte do petróleo produzido no país está sob seu poder. Os Estados Unidos exigem a saída de Khadafi. Entidades civis avisam que mais de 10 mil pessoas morreram desde fevereiro. Khadafi aparece na emissora estatal passeando por pontos estratégicos de Trípoli.
Maio de 2011 - Depois de várias semanas de ataques a Misrata, Khadafi retira suas forças da cidade por causa dos bombardeamentos. Informações, não confirmadas oficialmente, indicam que civis e combatentes da oposição foram mortos e feridos. O Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Khadafi por denúncias de crimes contra a humanidade.
Junho e Julho de 2011 - Os combatentes da oposição tentam ampliar o controle para além de Misrata, avançando na direção de Trípoli. Emissários oposicionistas avisam que o objetivo é cercar Khadafi e pressioná-lo a deixar o poder, depois de 42 anos no governo. Em julho, o Diário Oficial da União publica decreto da presidenta Dilma Rousseff determinando o cumprimento da Resolução 1.973 pelas autoridades brasileiras. As medidas, aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluem a proibição de voos para o espaço aéreo líbio e o reforço do embargos de venda de armas e do congelamento de ativos financeiros de autoridades líbias ligadas a Khadafi.
Agosto de 2011 - Início do Ramadã - período de jejum e de orações para os muçulmanos. A oposição avança para cidades apontadas como estratégicas: Tiji e Bir al-Ghanam. Os ataques da Otan se intensificam, assim como os embates por terra entre oposição e forças aliadas do governo. A oposição cerca o quartel-general de Khadafi e o pressiona a deixar o poder. Rebeldes capturam Seif Al Islam, um dos fillhos de Khadafi - apontado como seu sucessor - e prometem enviá-lo ao Tribunal Penal Internacional (TPI) no qual deve responder por crimes contra a humanidade cometidos na Líbia. Trípoli e as principais cidades líbias ficam sob poder do Conselho Nacional de Transição (CNT)
Setembro de 2011 - A comunidade internacional, reunida na 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), autoriza a participação do Conselho Nacional de Transição (CNT) nas sessões, e a bandeira da oposição a Khadafi é hasteada. O Brasil é um dos países que apoiam a participação da oposição nas discussões das Nações Unidas. Khadafi está desaparecido, enquanto parte da família dele - a mulher e três filhos - refugia-se no Níger.
Outubro de 2011 - Integrantes do Conselho Nacional de Transição (CNT) e uma emissora de televisão da Líbia confirmam a captura de Khadafi. Inicialmente, a informação é que ele foi capturado e ferido nas duas pernas. Porém, há dados também que ele não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. As informações são desencontradas.
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